Apego é amor?

Se o apego funcionasse, as pessoas se tornariam completas simplesmente se casando; mas não é isso que acontece. O casamento pode fazer com que você se sinta inteiro. Pode trazer mais segurança em certos níveis. (Isso é particularmente verdadeiro para os homens, que costumam achar que são o sexo forte. Todavia, estudos sociológicos mostraram que os viúvos ficam muito piores sozinhos do que as viúvas, que mulheres solteiras na faculdade têm uma probabilidade muito maior de concluir o curso que homens solteiros e, que em geral, as mulheres lidam melhor com a solidão do que os homens). No entanto, as possibilidades de união não aumentam. Pelo contrário, é muito comum que as duas pessoas achem que o casamento lhes trouxe um fardo duplo de preocupações ao invés de duplicar a chance de encontrar a liberdade.
A questão, portanto, é como preservar a devoção e a fidelidade do casamento sem entregar-se à necessidade e ao apego. O que é necessário é um estado chamado de não-apego. A palavra parece um sinônimo de desapego, denotando indiferença, mas o não-apego é na verdade um estado de liberdade que preserva e até mesmo aumenta seu amor pelo outro. O desapego é alcançado quando deixamos de nos importar; o não-apego é alcançado pela permissão, que mostra um tremendo carinho. Portanto, as compreensões que se aplicam ao não-apego nos levam até o âmago da importância espiritual da renúncia.
O apego é uma forma de dependência baseada no ego; o amor é não-apego baseado no espírito.
Quanto mais não-apego se é, mais se pode amar de verdade.
A ação que não prende vem diretamente do amor; todas as outras ações vêm indiretamente do passado.
Lutar com o Karma não vai libertar você de sua influência limitadora. A liberdade só pode ser alcançada pela recordação de quem se é realmente.
Aquele que você é realmente é o espírito ilimitado, além do alcance do Karma.

(Texto do livro Conexão Saúde, Deepak Chopra)

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