Quando o ser profundo de uma pessoa encontra-se com o ser profundo de outra, na medida exata, numa combinação perfeita de elementos, fecunda-se o fluxo incessante da vida.
Essa experiência de poder altamente abstrato e que chamo de “a química da cura”, não é privilégio de práticas, teorias, títulos, ideologias, filosofias, religiões... Mas, de uma forma especial de se relacionar, de uma mistura demasiadamente espontânea, completamente desprovida de preconceitos, conceitos e julgamentos.
Deixa-se apenas misturar: as diferenças, a igualdade, a nudez de cada ser... Sem a priori, na dimensão sublime do eu e do outro, em qualquer forma de relacionamento, pois estou falando de existências, de seres sublimes, e tudo o que está em seu âmbito, é sempre de muita profundidade.
Fios atados, desatados, entrelaçados, embaraçados, ligam-se, invisíveis aos olhos, mas visíveis à alma.
E o processo terapêutico não é diferente, posto que a cada encontro, a cada movimento, se estabelece uma relação, uma possibilidade de se alcançar os níveis mais profundos do ser o que se É.
Agora, se os encontros continuam acontecendo a cada momento, a cada medida em nossas vidas e a cura daquilo que dói ainda não aconteceu na dose certa às nossas dores, é porque ainda não aprendemos a morrer para as coisas sem importância e a nascer para as coisas que realmente nos são essenciais e que permanecerão para sempre!
E aos que ainda caminham em direção aos encontros... Se eu pudesse recomendar algo, este algo seria: Escrevam poemas, cartas de amor, leiam coisas bacanas... Usem as cores, rabisquem, desenhem, pintem... Ouçam música, dancem, cantem, dramatizem, declamem... E para os que pensam que isto é poesia... Eu diria: Isto é tudo o que precisamos aprender...
(Cíntia Jubé - Psicóloga – Analista – Pós Graduada em Saúde Mental – Pós Graduada em Psicossomática).
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